sábado, 18 de setembro de 2010

CROSSOVER “ARQUIVO X” & “30 DIAS DE NOITE”:


A verdade e os vampiros estão lá fora! A inusitada parceria entre o guitarrista Adam Jones da banda Tool e o autor de 30 Dias de Noite, Steve Niles, trará para os quadrinhos o amálgama entre o mundo dos sanguinários demônios da noite e dos famosos agentes do FBI responsáveis por casos de natureza sobrenaturais. Além dos autores citados, a arte ficará por conta de Tom Mandrake. O lançamento da minissérie em seis partes está marcado para julho desse ano pela IDW e Wildstorm Comics.

A minissérie X-Files: 30 Days of Night [Arquivo X: 30 Dias de Noite] traz os agentes Fox Mulder e Dana Scully, interpretados respectivamente por David Duchovny e Gillian Anderson da famosa série dos anos 90 para o mundo escuro, gelado e povoado por vampiros sedentos por sangue inicialmente apresentados na minissérie 30 Dias de Noite de 2002 de Steve Niles e Ben Templesmith.

Segundo Niles, em entrevista para CBR, o conceito de vampiros não romantizados utilizado em 30 Dias de Noite e como pessoas contaminadas com algo que as transformam em criaturas fisiologicamente dependentes de consumo de sangue, sem qualquer relação com crendices sobrenaturais tais como fraquezas perante cruzes e alho, se enquadra perfeitamente na idéia “realista” de monstros da série Arquivo X. Em Arquivo X, Mulder costuma acreditar no impossível ou pelo menos improvável e encontra fenômenos que sua parceira Scully procura racionalizar e explicar com pensamento científico.

Niles se diz fã da série de televisão e por isso aceitou o desafio. Ele aceitou realizar o crossover para aproveitar a chance de colocar as mãos em personagens que ele sempre acompanhou, sendo ao mesmo tempo uma tarefa empolgante e uma grande responsabilidade. Ele diz saber que a caracterização dos agentes do FBI deve corresponder fielmente à série para agradar a grande legião de dedicados fãs.

A trama mostra os dois agentes investigando a longa história de desaparecimentos no Círculo Ártico, desde as primeiras expedições em busca de novas rotas comerciais através dessa região. Tripulações e, às vezes, embarcações inteiras desaparecendo sem explicação. Casos atuais de desaparecimento despertariam o interesse de Mulder que assumiria o caso. Niles conta que por causa do avanço da linha cronológica no mundo de “30 Dias…” os vampiros Eben e Stella não aparecerão e que comentar os novos vampiros envolvidos seria “entregar demais”.

A parceria entre ele e Adam Jones se fez à base da admiração mútua. A primeira vez que tiveram contato foi em uma convenção, onde Jones aproximou-se para pedir o autógrafo de Niles, se dizendo fã dele. Niles ficou admirado, pois não podia entender como alguém de quem ele era fã poderia ser fã dele. A partir de então mantiveram contatos, desenvolvendo idéias e esperando o momento certo para trabalharem juntos em uma história. Quando Niles recebeu a proposta do crossover comunicou-a a Jones que apresentou a idéia da reviravolta principal para a história. Segundo Niles, a reviravolta criada por ele era tão convincente que a partir de então ele começou a acreditar no projeto desde que Jones também participasse.

A afinidade deles parece estar tanto na criatividade como na estética e background cultural. Ambos cresceram assistindo a série policial Kolchak, lendo quadrinhos da Marvel dos anos 70 e são fãs de terror. Para completar, Tom Mandrake faz a arte, com traços finos e clássicos. Sua grande contribuição é a extensa experiência e conhecimento com quadrinhos de horror, como aponta Niles.

Como fã confesso de 30 Dias de Noite e todos os seus spin offs, assim como Arquivo X e de Tool, acredito que em breve teremos um dos melhores crossovers de ficção e horror já realizados nos quadrinhos. É importante lembrar-se das temáticas sempre surreais e macabras tanto do som quanto de clips da banda Tool que se forem aproveitadas nos já opressores mundos de “30 Dias…” e Arquivo X podem nos trazer algo único – no sentido mais macabro possível. A arte mostrada nos previews parece ser bem competente apesar de mais clássica e conservadora do que a quase impressionista, escura e marcante arte de Ben Templesmith. Gostaria muito que tivesse sido feita por este último artista, mas acredito que não será nada que comprometerá essa minissérie que estará um dia na minha coleção.

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