Prever o futuro é coisa complicada, entre cientistas, sociólogos, picaretas e outros estudiosos do assunto, uma classe se destaca por ser a mais popular e descompromissadamente abusada. A dos roteiristas de cinema. Ao contrário dos filmes que tratam do futuro distante, algumas produções apostam num futuro próximo.
O problema é que o tempo passa, irremediavelmente esse futuro próximo chega e a história do cinema comete algumas gafes interessantes. Por isso listei aqui 10 promessas do cinema futurista que não deram certo.
1966 - Monotrilhos, arranha-céus e cogumelos nucleares
Foi o que o viajante do tempo George presenciou quando viajou para a Londres em plena década de sessenta. Assim foi o fim do mundo foi imaginado por H.G. Wells em 1897 no seu clássico “A Máquina do Tempo” adaptada pro cinema em 1960. Mérito para Wells que surpreendentemente acertou eventos que realmente ocorreriam como as Guerras Mundiais. Porém, no caso acima vacilou, o máximo que o pobre George teria presenciado em 66 era a fervilhante Swingin London e a comemoração Inglesa pela Copa do Mundo daquele ano.
1970 - Ah, Uma casinha na lua
No filme “Project Moonbase” a premissa era um projeto para a construção de bases lunares. Parece absurdo, mas se você imaginar que no ano em que entrou em cartaz, 1953, o homem ainda nem tinha pisado no nosso satélite solitário, dá para relevar. Na verdade já se passaram 30 anos da previsão, e nós ainda não temos nenhum sinal da construção da tal base lunar, e este projeto está sendo especulado para 2069.
1984 – O Big Brother observa você
Para George Orwell era fácil imaginar em 1948 que décadas depois, um partido poderia assumir o controle vigilante e paranóico de toda uma sociedade. Era o pós-guerra, o medo de governos totalitários e o assombro com a destruição nuclear estavam em pauta. O fato é que já passamos em muito o tal “1984″ (o filme foi rodado no mesmo ano) e até agora “Big Brother” é apenas um programa de TV.
1997 – Virus letal mata geral
Essa não é uma promessa científica na verdade, mas é um aviso sobre o resultado da tecnologia em mãos erradas. Era a promessa de “Os Doze Macacos” onde o mundo seria devastado por uma estranha e devastadora doença. O filme é de 1995, ou seja, uma previsão surpreendentemente ousada. Pior, quase acertou, pois em 1998, o vírus Ebola, altamente contagioso surpreendeu todo o mundo e quase que confirma a previsão do filme de Terry Gilliam.
1997 – Holocausto Nuclear, Inteligência artificial e outras bossas
Durante a Guerra Fria o medo de uma guerra nuclear era tangível e muitos filmes como “O Dia Seguinte” mostraram versões de como seria este holocausto. Alguns filmes chegaram até a fazer uma previsão “exata” como “Exterminador do Futuro” que dava como certo o dia 29 de agosto de 1997 para o Juízo Final, causado por um levante da rede de computadores. Felizmente, nada remotamente parecido aconteceu na data prevista.
1997 – Nova York – Carandiru Gigante
1997 era mesmo o ano. No cinetrash “Fuga de Nova York” a grande maçã se transformou lá pelo ano de 1997 em uma gigantesca Alcatraz, onde os mais terríveis tipos de criminosos estão exilados. Bem, tivemos alguns atentados graves e governos republicanos por lá, mas nada que reduzisse a cidade em um monte de escombros habitados por facínoras.
1998 – Viagens no tempo e backup de cérebro.
No obscuro filme de ficção científica “Freejack – Os Imortais”, o personagem de Emílio Esteves é enviado ao futuro de 2009 onde teria sua mente transplantada para o corpo de Anthony Hopkins e vice versa. O fato é que as possibilidades de viagens no tempo e downloads de cérebros acabaram descartadas na década passada.
2001 Odisseias no espaço
Naves espaciais capazes de fazerem viagens para Júpiter, inteligência artificial, tudo isso foi prometido na obra “2001”, bem o ano já passou e até agora, 10 anos depois, o máximo de aventura que tivemos no espaço foi um passeio espacial para concertar algum satélite. Se você parar para pensar no assunto, isto é bem entediante, não é?
2004 – Viagem no tempo e Espacate do futuro
No futuro próximo do filme “Guardião do Tempo”, viagens temporais já seriam uma realidade. Tanto que já existiria até mesmo uma agência que cuidaria de manter a realidade espaço-temporal intocada, a Time Enforcement Commission. Agência essa que contrataria como seu policial mais dedicado nada mais que Jean Clude Van Damme. Loucura, loucura, loucura. Ou pelo menos uma proposta ousada, já que o filme é de 1994.
2010 – O ano em que faremos Contato, ou não….
“Ok, 2001 é muito cedo, vamos avançar 10 anos para poder abusar mais” não sei se foi esse o pensamento, mas Arthur Clarke previu que em 2010 era o ano em que a raça humana encontraria raças alienígenas. Bem, no fim da década conhecemos a Lady Gaga, mas acho que isso ainda é muito distante do contato alienígena que Clarke imaginou.
Se liga no que vem por aí…
2015 – carros voadores, skates voadores e pizzas desidratadas
Todas essas maravilhas foram prometidas no divertidíssimo “De Volta para o Futuro Parte 2″. O problema é que faltam apenas 4 anos para a época na qual a trama é passada, e somente um contato com uma avançada civilização alienígena, que também não aconteceu em 2010, pode viabilizar todas as promessas feitas neste ótimo filme.
2019 – Panair dá a volta por cima?
No filme “Blade Runner” estamos em 2019 e apesar de um cenário de carros voadores (olha eles aí de novo) e colonização espacial se tornar cada dia menos provável, um detalhe interessante: Lá pelas tantas aparece um gigantesco luminoso da PanAir, que sugere que a companhia de aviação seria naquela época uma mega-coorporação. Bem, se for assim mesmo, alguém precisa urgentemente recriar a empresa, porque a PanAm faliu miseravelmente ainda em 1991.
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