sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Filme recomendado Distrito 9:

Distrito 9 (District 9, EUA/Nova Zelândia, 2009), novo longa de Peter Jackson (O Senhor dos Anéis), intriga e emociona até os mais valentes. Através de uma produção impecável de ficção científica, o cineasta brilha num filme que questiona o fato de a raça humana ser sempre retratada como, no fundo (bem lá no fundo) generosa, fraterna e iluminada.

Talvez, todos estes filmes de ficção tenham se enganado profundamente. Somos capazes de sair da sala escura desejando fazer parte de outra espécie habitante do planeta Terra, senão o Homo Sapiens. Distrito 9 retrata o que os seres humanos infligem a outros seres humanos em centros de deportação e um campos de refugiados - só que com ETs -, numa espécie de "apartheid intergaláctico".

Após ter de desistir das filmagens de Halo, a famosa trilogia de games da Microsoft Game Studios que Jackson ia adaptar para o cinema, Distrito 9 veio a calhar. Apesar das desaprovações iniciais, a parceria com o sul-africano Neill Blomkamp surpreendeu e a dupla fez os investidores abordados para a produção de Halo muito provavelmente se arrependerem amargamente.



ETs caídos

Em estilo de documentário, com câmeras de TV e de segurança, Distrito 9 impressiona também pela realidade e grandeza dos seus efeitos especiais na história em que uma nave de alienígenas ''invade'' Joanesburgo, na África do Sul, e, durante um bom tempo, permanece por lá, sem ser vista.

Ao contatar o grupo de ETs que habitam o disco voador, os humanos descobrem que os seres, com aparências semelhantes as dos nossos crustáceos, estão doentes, enfraquecidos, famintos e desnutridos. Eles são, portanto, transferidos para um alojamento que mais parece um campo de concentração.

Após anos marginalizados pelo homem, as criaturas decidem procurar outro lugar para sobreviver. É aí que batalhas totalmente sci-fi se misturam com o fundo político da coisa. Sharlto Copley rouba a cena com a postura de seu personagem, uma espécie de comandante que lidera a organização da comunidade extraterrestre. Cruel e egoísta, ele lustra a (não) boa forma humana de ser e conviver.

As participações de Jason Cope, Sharlto Copley, David James, Eugene Khumbanyiwa e Vanessa Haywood também merecem citações. Dando a impressão de que vão apelar para os clichês em vários momentos da história, Peter Jackson e Neill Blomkamp mostram que formam, sim, uma dupla bem dinâmica.

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