No Talmude, Lilith é descrita como a primeira mulher de Adão. Ela brigou com Adão, reivindicando igualdade em relação a seu marido, deixando-o "fervendo de cólera". Lilith queria liberdade de agir, de escolher e decidir, queria os mesmos direitos do homem mas quando constatou que não poderia obter status igual, se rebelou e, decidida a não submeter-se a Adão e, a odia-lo como igual, resolveu abandona-lo.
A partir daí, Lilith assume plenamente sua natureza de demônio feminino, voltando-se contra todos os homens, de acordo com o folclore assírio, babilônico e hebraico.
De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. O astrólogo assinala que ali começou a eterna divergência entre o masculino e o feminino, pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem
O mito de Lilith pertence à grande tradição dos testemunhos orais que estão reunidos nos textos da sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes.
Se Eva se acusou de ter atraído a morte, o pecado e a tristeza ao mundo, Lilith já era demoníaca desde que foi criada. Lilith surgiu do intento de compreender a difrença entre os mitos da criação de Gênesis, já que em sus primeira história em Gênesis 1, homem e mulher são criados iguais e conjuntamente, enquanto na segunda história, em Gênesis 3, a mulher é criada depois do homem e a partir de seu corpo. Segundo as lendas, Lilith era a primeira esposa, que era bem pior que a segunda. No entanto, a figura escolhida para desempenhar esse papel na lenda judia era originariamente suméria, a resplandecente "Rainha do Céu", cujo nome "Lil" significava "ar" ou "tormenta". As vezes se tratava de uma presença ambígua, amante dos "lugares selvagens e desabitados", associada também com o aspecto obscuro da Deusa Inanna e com sua irmã Ereshkigal, Rainha do Mundo Subterrâneo".
A lendária Lilith-Lilitu-Lulu, representação da sexualidade que pode, no período noturno, excitar e submeter o homem, foi a primeira companheira de Adão. Criada logo após a criação do primeiro homem (répteis, demônios e Lilith foram as últimas criações de Deus no sexto dia, exatamente nas horas do entardecer da Sexta-feira, ao avançar das trevas, pouco antes de entrar o Sábado, dia sagrado para os hebreus) e da sobra da matéria da criação do mesmo, a sujeira e o sedimento, tomou para si o posto de primeira feminista da história da humanidade tentando, sob a autoridade do macho, reconquistar a paridade, a igualdade de direitos.
"Não a criei da cabeça, mas ela se assoberbou...
Nem do olho, mas ela é ansiosa por ver.
Nem do ouvido, mas ela é ansiosa por ouvir.
Nem da boca, mas ela é faladeira.
Nem do coração, mas ela é invejosa.
Nem da mão, mas ela toca tudo.
Nem do pé, mas ela é andarilha..."
Presumivelmente, Lilith e Adão tiveram um curto período de convivência, pois no primeiro ato sexual Adão impôs-lhe uma posição submissa, negando-lhe o direito de estar também por cima satisfazendo-se.
Percebendo a repulsa que causava em seu companheiro, temeroso de se afastar da divindade por desejar unir eros e sexo, abandonou-o e seguiu vagando pelo mundo em busca de outros parceiros entre os anjos caídos, com quem constituiu uma enorme família de demônios chamados Lillim, gerando cem destes por dia.
Deus, vendo o desespero de Adão, enviou três anjos, Semangelaf, Sanvi e Sansanvi, para trazê-la de volta ao Éden, o que ela recusou terminantemente a aceitar. Como castigo pela sua recusa de submissão, os anjos, a cada dia de novas tentativas, sacrificavam cem de seus bebês-demônios.
Estava então declarada uma guerra entre o Criador e as criaturas, em que Lilith, buscando vingança pela morte de suas crianças, procurava tomar para si mulheres em parto e bebês recém-nascidos de seus berços (meninos até o oitavo dia de vida e mulheres até os vinte anos) que não portassem o amuleto com o nome dos três anjos.
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